quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Movimento, ação e um ressignificado do mundo!

   Estou a uma semana de comemorar seis anos de maternidade, com o aniversário do Nathan. Essas comemorações sempre geram reflexões, retrospectivas e felicidade. E neste novo ano, que já iniciou em julho com o aniversário de dois anos da Ágatha e posteriormente com o meu aniversário, comecei a caminhar em um novo eixo, que não me distancia de exercer a maternidade plenamente, mas que traz a minha ressignificação neste mundo como ser humano, como uma mulher, como uma pessoa que um dia existiu e que agora se reconstrói frente a essa metamorfose materna.
   Desde que tive filhos passei por transformações profundas, cada dia lidando com sentimentos, dosando emoções e vendo nas crianças uma oportunidade de olhar o mundo diferente. Entretanto, essas mudanças estavam sempre ligadas diretamente a elas. Nos últimos meses essas mudanças alcançaram a minha individualidade, que muitas vezes se perdeu e se confundiu nesse papel tão intenso de mãe.
   Estou resgatando sonhos, auto-estima, percepção de mim mesma e valores. Estou descobrindo paixões, ativando emoções e mudando pensamentos. Não há um tempo certo para isso acontecer. Acredito que nunca seja cedo ou tarde. O que penso é que esse processo é inevitável, natural e necessário para qualquer mulher que se torna mãe. Mas para isso acontecer há necessidade de movimento, uma ação concreta, um direcionamento de ações para que tudo comece a se desenrolar e florescer. Inicialmente parece obscuro e sem direção, mas a medida que essa jornada começa não há como parar. O mundo precisa de mim e essa necessidade vai além de meus filhos. O copo esta cheio, precisa transbordar, isso traz vitalidade e um verdadeiro significado em viver. Muito mais do que viver para os seus e guardar para si é compartilhar com o mundo!
   Fiquei pensando sobre esse movimento, essa ação tão natural para as crianças e, muitas vezes, tão custosa para os adultos. Percebi que a criança naturalmente se movimente e está em ação. Seja para brincar, criar, imaginar, construir... Tudo que ela faz tem movimento, tem fluidez. Não há energia parada, movimentos rompidos, músculos travados, pensamentos comprimidos. Tudo flui naturalmente com uma movimentação perfeita e equilibrada, tornando-a cheia de vitalidade e vibrante.



   Já o adulto tende a estagnar sua energia, travar pensamentos, mover-se o mínimo possível e fazer o que for mais fácil e cômodo. Como alcançar felicidade plena, vitalidade, gosto pela vida com esse tipo de ação? Confesso que há muitos fatores que nos levam a essa inércia, mas certamente há muito mais fatores que nos levam a ações, começando pelo exemplo e inspiração que desejamos ser para nossos filhos. Será que estamos sendo um exemplo digno de ser imitados por nossas crianças? Será que estamos sendo o máximo que podemos ser de nós mesmos? Estamos correndo com a maior velocidade, abrindo nossas asas para alçar os melhores voos?
   Perceber isso é um processo de autoconhecimento que para mim começou com sentimentos descontrolados, pensamentos desordenados os quais, aos poucos, foram tomando forma e adquirindo clareza.

   A natureza também demonstra essas ações com bastante clareza e plenitude. Tudo que há nela sempre está em movimento, como o balançar das árvores, o cair das folhas, o florescer, o desabrochar das flores... Todo dia a natureza está diferente, mesmo que uma árvore permaneça sempre no mesmo lugar, um dia cai uma folha, no outro dia o vento balança seus galhos e assim ela segue mudando e se moldando neste universo que a rodeia. Quando está pronta, a rosa abre-se para o mundo e suas pétalas exalam um perfume que é sentido de longe com muita singularidade. Quando não cabe mais em seu interior, abrir-se para o mundo torna-se necessário e esse movimento exala um perfume único!
   Meu filho chegou ao mundo há seis anos e trouxe consigo um olhar amoroso e cheio de afeto. Ensinou-me a beleza da maternidade e a descoberta de uma mãe cheia de ideias e vontades com determinação para buscar uma educação humana e cheia de amor.
   Ágatha chegou intensa, mostrando com determinação e sem meias palavras o que ainda precisava ser mudado em mim. Com ela percebi que minha casa precisava ser limpa, pois ainda havia muita sujeira embaixo do tapete que precisava ser removida. Difícil de aceitar, difícil de perceber! Mas este ano compreendi mais claramente esse processo e entendi que seu nome, por si só, já explica sua vinda ao mundo: uma pedra preciosa, que para mostrar sua beleza precisa ser lapidada, sair do estado bruto e transformar-se em uma pedra cheia de luz e beleza.
   E é assim que me vejo, uma pedra que passa por esse processo de lapidação para que possa transmitir beleza e refletir luz para o mundo. Um processo intenso, profundo, que começa na alma e reflete no meu sorriso, que inicia nos pensamentos e transforma minhas ações, que começou com raiva e se transformou em amor. Amor esse que quer contagiar o mundo, alcançar pessoas, transformar, inovar... Um amor que quer voar... para longe, para perto, para onde o vento guiar! Só quero que ele vá e alcance outros corações!
    Amor que voa, amor que nasce. Renasce em mim, nasce em você. Voa de mim e chega até você...


"...Alegria indizível
Fé inafundável
Amor imparável
Tudo é possível...


...Sabemos que fomos feitos para muito mais
Do que vidas comuns
É hora de mais do que apenas sobreviver
Nós fomos feitos para prosperar..."



Thrive (tradução) - Casting Crows

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