sábado, 29 de setembro de 2012

Comemorando a maternidade


   Na véspera do aniversário de segundo ano do meu filho, parei para refletir sobre a importância desta data e o que este dia tão especial me faz pensar...

   Descobri muitas coisas, me questionei sobre outras e cheguei a conclusão que a comemoração não é só dele. Não é somente o dia que o Nathan nasceu e veio ao mundo trazer tanta alegria. Não é somente o dia do aniversário do meu filho. Este dia é a comemoração da mãe que sou, da mãe que nasceu quando ele nasceu, da mãe que irá fazer dois anos e está crescendo e amadurecendo junto com ele.
   Um dia tão especial que comemoro a realização plena de mim mesma, pois sendo mãe me sinto completa, realizada, feliz. Não sou mais eu, sou mãe, sou alguém realmente responsável por outro alguém. Sou alguém que tem uma missão linda de criar, educar e amar um ser que há poucos anos chegou a esse mundo. E o que esperar disso? O que aprender com esse mundo? Cabe a mim ensinar muitas coisas, cabe a mim mostrar um mundo lindo e feliz, cheio de possibilidades e sonhos. E que sonhos? Todos que ele quiser! Quais possibilidades? Todas que ele imaginar.
   A maternidade me completa, me preenche, me envolve e me ensina. Alguns devem achar um excesso de dedicação, outros devem se questionar como que eu só faço isso. Outros admiram e se surpreendem e para outros é tudo papo furado. E o que importa? A certeza dessa dedicação tenho quando olho para meu filho e vejo ele pedindo para eu dar um beijo e abraço nele quando saio de casa, pois foi assim que sempre fiz e ensinei e agora vejo ele fazendo. A certeza eu tenho quando olho nos olhos dele e vejo um brilho sem igual, que muitas crianças não têm. A certeza vem de cada gesto de amor dele. É isso que conta, é isso que importa, é isso que vale a pena.
   Neste dia 30 de setembro vou fazer uma comemoração dupla, de mãe e filho. Há dois anos ele existe e é meu filho e há dois anos eu sou mãe. Eu não sou mais somente eu, ser mãe me acompanha em tudo. Sou esposa e mãe, sou filha e mãe, sou irmã e mãe. Ser mãe está em tudo. As noites são diferentes porque sou mãe, o banho é diferente porque sou mãe, o jeito de me vestir mudou, a alimentação mudou, tudo mudou porque sou mãe. A maternidade me transformou e a cada dia me transforma. Isso me deixa triste? Não, pelo contrário, fico feliz, pois sei que sou uma pessoa muito melhor, com uma visão totalmente diferente do mundo e de mim mesma. A maternidade me ajuda a olhar tudo por um novo ângulo, me instiga a mudar e me questionar se o caminho que estou seguindo é o certo e se as linhas que estou utilizando para construí-lo  estão sendo úteis e utilizadas. Constante análise, intenso aperfeiçamento, imensa felicidade. Amadurecer tornou-se algo necessário e natural. Errar e acertar são ações diárias. Criar e recriar fazem parte de todas as brincadeiras. Ser mãe é uma atividade intensa!


   E ser mãe é assim, chega de mansinho, vai se aproximando e toma conta. No início parece que não te pertence, que é demais, que você não serve para isso. Aos poucos vai dpercebendo que tem talento, que é possível. O tempo passa e você vai descobrindo coisas incríveis dentro de você: ideias, atitudes e pensamentos surpreendentes. Ao se dar conta disso, percebe que a maternidade já faz parte de você e que ela trouxe benefícios em meio ao caos de muitos dias. Então, você se dá conta de que ser mãe é a experiência mais rica, maravilhosa e indescritível do mundo e que toda mulher deveria viver essa experiência.

   Vamos comemorar e brindar, junto com nossos filhos, o nascimento de uma mãe, que a cada dia aprende a ser mais mãe, ao lado de seu filho, aprendendo diariamente a ser filho.

Parabéns para nós!!!


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Expectativa de ser feliz!


   A expectativa é inerente ao ser humano. Acredito que nascemos com ela ou a adquirimos logo cedo. Expectativas com os presentes que ganharei, com o primeiro dia na escola. Expectativa do primeiro beijo, de qual faculdade farei, qual namorado terei. A expectativa do casamento, da maternidade, do parto, da primeira papinha, de como meu filho será no futuro.
   As expectativas fazem parte da nossa vida. E elas se tornam mais evidentes quando temos filhos e criamos expectativas em relação a vida deles. Tudo é sempre para o bem, pensar nisso é inevitável, em como ele agirá em determinada situação, que escolhas fará, qual profissão irá seguir, se será um bom aluno.

   Aqui em casa, as profissões mais cotadas são de músico ou jogador de futebol. Não vejo problema em pensar, imaginar como será o futuro dos filhos, os passos que eles irão dar. Acredito que o problema está na imposição disto na vida deles. E esta imposição está nas nossas atitudes, em como agimos com eles desde cedo.
   A criança precisa ser respeitada como indivíduo, um ser diferente de mim, que tem preferências, opiniões e sentimentos. Mesmo que ainda não consiga expressar o que sente, é possível percebê-las através de pequenas atitudes como o choro, a movimentação do corpo, a mudança de comportamento frente a uma determinada situação. Nem tudo é manha e tudo merece atenção dos pais. Parar para analisar e questionar faz a diferença. Se não costuma chorar por que está chorando naquele momento? Se geralmente se movimenta livremente por que está acanhada? Se age de um jeito em casa, por que esta diferente neste local?
   Muitas vezes queremos colocar nossas preferências como a de nossos filhos. Talvez no início até seja possível, mas ao longo da vida isso gerará atritos. Se observadas desde cedo privará as duas partes de momentos desagradáveis.
   Meu filho nunca foi uma criança que gostava de ir no colo das pessoas. Isso gerava situações desagradáveis, pois todos queria pegá-lo e ele chorava, ficava incomodado, parecia que era grudado na mãe. Só ia com os parentes bem próximos. Além disso quando íamos em locais com muitas pessoas ele ficava gemendo, se grudava na gente e demorava bastante até ele se soltar. Durante muito tempo ficava incomodada com a situação, pois parecia que eu criava aquilo, mas sabia que em casa ele não era assim. E sempre tentava empurrá-lo para o colo de alguém ou entrar numa festar e falar com todo mundo. Não aceitava essa atitude dele e queria forçar a barra.
   Um dia, fomos numa festa junina e chegamos quando todos já estavam lá. Música alta, gente conversando, crianças correndo. Resultado, tivemos que ficar quase a festa inteira do lado de fora do salão de festas até o Nathan se ambientar. Aos poucos fui percebendo que esse era seu jeito, que para o Nathan essas transições eram um pouco mais lentas e que para ter resultado era necessário esperar o tempo dele. Passei a respeitá-lo e não impor o que queria, apesar de achar chato e desconfortável. Quando chegava em um novo local ficava com ele perto de mim o tempo necessário até se sentir seguro e se soltar. O mesmo quando alguém se aproximava. Tentava interagir com a pessoa para que ela criasse um relacionamento com ele antes de invadir seu espaço. E essa minha aceitação do jeito dele ser contribuiu para que tudo fluísse mais naturalmente.
   Outra situação que aconteceu e que me fez pensar sobre o meu jeito e o jeito dele foi a aula de natação. Sempre gostei de natação e acho natação para bebês o máximo. O Nathan adora água, então nada melhor do  que irmos numa aula de natação. Fui na aula experimental animadíssima, com a certeza de que o Nathan adoraria. Ele tinha 7 meses e ainda se incomodava com muito barulho  e milhões de coisas acontecendo ao seu redor. E lá, tinham muitas crianças brincando e gritando na aula anterior, mais os bebês se preparando para a aula com suas mães e a professora que nunca tínhamos visto. Resultado, o Nathan começou a ficar tenso. Tentamos colocá-lo na piscina e ele começou a chorar, se agarrava em mim, ficou com as bochechas vermelhas de tanto que chorou. Mais uma vez forcei a barra e nunca vi ele chorar tanto. Fiquei arrasada! Nem voltei na aula seguinte para não traumatizar a criança. Pensei muito sobre a situação e tive a certeza de que ainda não era hora para aquela atividade. Então, nada de natação.
   O tempo passou e surgiu a aula de musicalização (já relatei em outra postagem). Nathan chegou tímido, ficou no meu colo quase a aula inteira, um pouco assustado, olhando tudo. Ninguém forçou ele a nada, mas quando viu vários violões por perto não queria mais ir embora. Eu fiquei observando e vi que essa timidez fazia parte, mas que o ambiente estava agradável para ele. Com paciência e dedicação fomos ultrapassando as barreiras e hoje ele dança, pula, canta e faz tudo por lá.
   Ao longo desses dois anos tenho aprendido muito com meu filho e percebo a importância de respeitá-lo. Isso implica em conter minhas expectativas e perceber quem nem sempre o que para mim é importante ou necessário ser feito, realmente é necessário e importante para meu filho. 
   Ele ainda é pequeno, tem muito caminho pela frente, mas dentro de si carrega gostos, características, preferências e um jeito único só seu. Esse é o Nathan e igual a ele não existe nenhum outro. A mim cabe descobrir quem ele realmente é, valorizar o que há de melhor nele e ajudá-lo a mudar o que for necessário. Cabe a mim aceitar suas escolhas e encorajá-lo naquilo que quiser fazer. E se não for o que sonhei, imaginei ou esperei? Me esforçarei para ficar feliz da mesma forma, já estou treinando isso dentro de mim desde que ele nasceu. E verdadeiramente o que quero é que meu filho seja feliz, pois muitos passam a vida inteira a procura da felicidade, às vezes na profissão que o pai quer ou ganhando o dinheiro que a mãe deseja. Se ele for feliz, terá a melhor profissão e o dinheiro não será a fonte de felicidade para sua vida.

   Ser feliz é uma raridade, pois as pessoas vivem de expectativas, sempre esperando o que virá, nunca satisfeitas com o que têm. Talvez isso venha desde criança, não sei. O que sei é que minha criança é feliz e quero que ela seja feliz a vida inteira, pois ser feliz é um estado de espírito e não uma circunstância. Aprender isso nos faz ir mais longe, nos contentar com o que temos, lutar pelos nossos sonhos e acreditar que é possível!

   A única forma de chegar ao impossível, é acreditar que é possível. 
(Alice no País das Maravilhas) - Lewis Carroll